Poema colaborativo
sobre a Horta Comunitária do Centro Cultural São Paulo
Mote (Hokku)
cá estou.
(Henrique)
E lhe peço permissão
Para em ti depositá-las
E daí produzir meu pão
(Wilson)
Um dia numa laje
À beira de uma grande avenida
Um grupo de gente doida
Quis convidar de volta a vida
A minha, a da minhoca
A sua e a da margarida
Vem passarinho, vem abelha
Todo mundo participa
Do ato maravilhoso
Que é plantar nossa comida.
(Mariana Marchesi)
Chamei pro mutirão
Mudas e enxada
Amor e agrião.
(André Biazoti)
Na horta da cultura
cada folha uma leitura
cada semente sabedoria
(Clovis)
Na colheita do amor
espalhe sementes de gratidão
a terra, floresça
(Alexandra Rocha)
Em cada poda um novo botão,
O cheirinho da lavanda e o gostinho do manjericão,
As abelhas jataí e mirim
Delicadas contribuem para o jardim;
Com amor e carinho o cuidado se dá,
Na horta da cultura é onde quero estar.
(Bianca Farinaci)
Na terra, montes de batata
Do céu, vem a chuva e a luz
Do chão, minerais e minhocas
Entre acima e abaixo
Crescem folhagens verdes
Florescem botões coloridos.
Voando no espaço
Abelhas e borboletas,
Sabiás e bem-te-vis
(Chu Yu Gi)
Você é um beija-flor que me encanta.
Você é uma gata que me inspira
Você é uma tigresa que me encoraja a ser vivo.
Você é uma coelhinha que me faz pular de alegria.
Você é o pavão que cobre minha vida com cores.
Você é uma águia que me faz voar nas nuvens.
Você é o urso panda que aquece meu coração.
Você é uma abelha que adoça o meu caminho.
Você é uma garça que mergulhou na minha vida.
Você é um vaga-lume que ilumina os meus passos.
Você é minha borboleta que está no meu jardim.
(Fábio S. Rosa)
Cá estou eu na Horta Comunitária do Centro Cultural junto com o pessoal
Peço licença, Mãe Terra, para usar a enxada, para plantar verduras e legumes
Para nossa fome matar.
Com muito respeito a você, Mãe Terra, tão judiada!
Quero fazer carinho plantando sementes sem agrotóxico
Para lhe desintoxicar.
Cá estou mais uma vez para lhe visitar, Mãe Terra.
Trago minhas mãos para lhe acariciar.
Hoje não vou usar enxada, só vou os matinhos arrancar.
(Maria Lúcia de Souza)
[Este poema colaborativo, de inspiração no renga, foi desenvolvido em agosto e setembro de 2018. Fotos: Ernane Guimarães Neto e Lana Lim]